PARINTINS – Na noite de segunda-feira, 24, foi apresentado o documentário “Garantido: A Tradição de Lindolfo Monte Verde”, na Baixa de São José (localizada em Parintins, a 360 quilômetros de Manaus). O audiovisual foi produzido por Cleomara Monteverde com roteiro de Irian Butel. O curta-metragem de 34 minutos foi lançado durante a “Ladainha a São João Batista” já que o Garantido foi prometido por seu fundador Lindolfo Monte Verde à São João, após uma enfermidade que o acometeu ainda jovem. Desde então, o Garantido sai às ruas de Parintins, há mais de 80 anos, celebrando São João Batista. O evento teve início por volta das 19h.
No evento de cunho religioso estavam presentes a “velha – guarda” da Baixa, comandados por Maria Monteverde. Senhores e senhoras, remanescentes do Lindolfo, que juntos entoaram a “Onminia Ad Aeseculorum”, reza em latim herdada pela família Monteverde em homenagem à Maria, mãe de Jesus, discípulo de São João Batista. Após o evento religioso que marca a última saída do Garantido pelas ruas da Zona Norte de Paritnins foi inaugurada a capelinha em homenagem ao santo, no curralzinho da Baixa, e exibido o documentário “Garantido: A Tradição de Lindolfo Monte Verde”.
Cinema e religiosidade
A inauguração da capelinha à São João era uma das promessas do presidente Fred Góes, atual mandatário do Garantido. A cerimônia cercada de simbologia, marcou a memória histórica do Garantido mais uma vez. “Essa capelinha era uma promessa minha e agora, vamos partir para algo ainda maior: construir aqui no local onde viveu o criador do Garantido, o ‘Memorial Lindolfo Monte Verde’”, anunciou sob aplausos, Fred Góes. Já Maria Monteverde falou emocionada. “Vocês duvidam que aqui tem cultura? Essa é mais uma parte da história criado por meu pai, que estamos preservando”, discursou.
Logo após o descerrar da faixa da capelinha, foi exibido o curta-metragem. São 34 minutos de pura história do boi da Baixa. Produzido por Cleomara Monteverde, neta de Lindolfo e com roteiro da historiadora Irian Butel, o curta foi aprovado na Lei Paulo Gustavo via Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SEC). Adornada com um turbante e colar, Cleomara falou sobre a identidade familiar. “Esse documentário também é um resgate da origem negra da minha família”, declarou com orgulho. O audiovisual traz relatos preciosos de gente que “partiu pra ficar” como a do versador Maximiniano, amigo de Lindolfo, que morreu há mais de cinco anos.
Irian Butel, se emocionou com as imagens quando as viu pela primeira vez. Sobre o documentário ela declarou ao LANJEIRAS. NEWS. “O roteiro priorizou as falas de pessoas que conviveram com o mestre Lindolfo. Registros que foram captados por Cleumara Monteverde, que tem um acervo organizado com fotos, vídeos e documentos que juntos somão 20 anos de pesquisa. A emoção em cada depoimento, as toadas cantadas que trazem memórias de um tempo vivido, faz com que o mestre Lindolfo reviva em cada torcedor. Ouvir a voz dele entoando seus versos e ouvir seus filhos entoando mesmo verso é um dos pontos mais emocionantes do documentário”, finalizou.
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