O prefeito David Almeida, o vice-prefeito Renato Júnior, ambos do Avante, e os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) tomaram posse nesta quarta-feira (1º) para seus respectivos cargos.
Com o novo mandato, obviamente, terão novos desafios, além dos que já são velhos conhecidos da capital. Mas nem tudo são flores. Aliás, não é preciso ir muito fundo para saber que essas flores são do túmulo da moralidade, que faleceu logo no início do primeiro mandato de David Almeida. O segundo mandato se torna uma espécie de prêmio pela alta capacidade de organização — nesse caso, organização criminosa.
Os pilares dessa organização são David Almeida, Sabá Reis e Renato Júnior. Este último deveria ser secretário de Finanças, já que, sozinho, saiu de um mero feirante para uma fortuna de mais de R$ 3 milhões durante o primeiro mandato de Almeida. Renato Júnior também foi citado no âmbito da operação Entulho, da Polícia Federal, que investiga fraudes em licitação para coleta de lixo em Manaus. Outras informações apontam irregularidades em contratações pela Seminf e também no projeto (falta) Asfalta(r) Manaus, que já gastou mais de R$ 1 bilhão em asfalto transparente.
Já Sabá Reis, fiel escudeiro de David Almeida desde os tempos da ALEAM, deve saber um segredo tão pútrido quanto seu caráter. Só isso explicaria como um homem com limitações intelectuais tão latentes exerce tamanha influência sobre uma gestão. Além de ter sido alvo de operações da PF, permaneceu no cargo, continuou com sua função extracurricular de lobista e manteve sua gestão sob constante alerta de corrupção. Para além disso, conseguiu, pela segunda vez, alçar seu filho, vereador David Reis (Avante), à presidência da CMM, perpetuando o estigma de “puxadinho da prefeitura” que já existe na Casa Legislativa.
Por último, e não menos importante, o líder maior de toda a organização: o único, magnânimo, faraônico, apoteótico, charmoso (tudo isso na cabeça dele), David Almeida. Eleito com a plataforma da morte de sua querida mãe para seu primeiro mandato, o prefeito era uma promessa de melhorias. E, como toda promessa de político, ficou por isso mesmo.
David Almeida acumulou inúmeros casos controversos em seu mandato, desde nepotismo até menções da PF em pedidos de propina a empresários, juntamente com sua irmã, Dulce Almeida, ex-secretária de Educação. Além disso, os esquemas envolvendo sua então noiva, a sogra, os sobrinhos e outras pessoas próximas com o dinheiro público foram um marco de sua gestão. David também protagonizou críticas ao senador Eduardo Braga (MDB), hoje seu principal aliado, mas seus joelhos no milho são menos dolorosos que carregar o peso de sua arrogância.
2024 encerrou um capítulo bem-sucedido para David. No Livro das Eras, ele já rasgou as páginas de 2025 e começa a escrever 2026 com muito afinco, preparado para fazer o que os ratos sabem fazer muito bem: roer a corda. Para agora, o momento é de festa e sorrisos, afinal, os "ladrões" permanecem no local do crime.
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