Após quase 70 dias sem receber navios cargueiros devido à seca severa que afetou Manaus, os navios Mercosul Suape e Jacarandá atracaram no Porto Chibatão na tarde desta terça-feira (26). A retomada marca o fim de um período crítico para a logística regional, causado pelo nível histórico de 12,11 metros do Rio Negro, o mais baixo registrado em mais de 120 anos de medições. A estiagem impactou gravemente a população, com mais de 800 mil pessoas afetadas em todo o Amazonas, e trouxe desafios para setores essenciais, como o Polo Industrial de Manaus.
Durante a seca, o visual do Encontro das Águas foi alterado, a Praia da Ponta Negra foi fechada e surgiram bancos de areia na orla, dificultando a atracação de embarcações. Empresas do Distrito Industrial tiveram que improvisar soluções, como a instalação de um píer flutuante em Itacoatiara para manter o fluxo de insumos e mercadorias. No entanto, a situação começa a se reverter: em novembro, o Rio Negro já subiu mais de dois metros, alcançando 14,26 metros nesta terça-feira.
As duas embarcações trazem mais de dois mil contêineres com insumos e produtos destinados a abastecer a indústria amazonense. A chegada dos navios representa um passo importante para a recuperação econômica da região, especialmente para as empresas da Zona Franca de Manaus, que dependem do transporte fluvial para suas operações.
Jhony Fidelis, diretor-executivo do grupo responsável pelo Porto Chibatão, destacou a importância da retomada das atividades. “Essa retomada simboliza a resiliência e o compromisso de nosso grupo em garantir o abastecimento, mesmo diante de adversidades extremas. Agora, com as operações restabelecidas, estamos prontos para fortalecer ainda mais a economia local e regional, reafirmando a importância estratégica de nosso trabalho para a Zona Franca e comércio”, afirmou.
Com a volta das operações, a expectativa é de uma recuperação gradual nos próximos meses, consolidando 2024 como um ano de superação para a economia local. A normalização do transporte fluvial é vista como essencial para manter a competitividade da região e assegurar o desenvolvimento sustentável após um dos períodos mais desafiadores da história recente de Manaus.
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