O Rio Negro, um dos maiores rios da Amazônia, saiu da fase de seca extrema, alcançando 14,18 metros nesta sexta-feira (22), segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo CPRM. O nível, que havia caído abaixo de 14,5 metros, marcando uma situação crítica, começa a se estabilizar após uma recuperação gradual. Embora ainda distante dos patamares normais, a elevação de 2,07 metros desde o início da vazante já reflete uma leve recuperação no cenário, proporcionando um alívio, principalmente para os moradores que enfrentaram dificuldades com a seca severa deste ano.
A superintendente do SGB, Jussara Cury, destaca que a recuperação do nível das águas é um fenômeno mais amplo, que também envolve a elevação de outros rios da região, como o Madeira e o Purus. "A região, como um todo, configura o processo de recuperação de nível. O alto Rio Negro, especialmente em Santa Isabel do Rio Negro, também apresentou um retorno de águas. Esse é um movimento positivo, mas, vale ressaltar, os prognósticos climáticos ainda apontam para certa instabilidade no retorno do período chuvoso", explica Cury.
Este ano, o Rio Negro atingiu 12,11 metros, o menor nível registrado em mais de 120 anos de medição. O impacto foi visível no Encontro das Águas, em Manaus, onde bancos de areia surgiram no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem dos locais de atracação. A Prefeitura de Manaus foi obrigada a fechar a Praia da Ponta Negra devido à mudança no cenário. Além disso, o escoamento de mercadorias e insumos das empresas do Polo Industrial foi afetado, obrigando a instalação de um píer flutuante em Itacoatiara para garantir o fluxo das atividades econômicas.
Segundo dados da Defesa Civil do Amazonas, o Rio Negro parou de descer no dia 12 de outubro, quando atingiu o nível crítico de 12,11 metros. A partir do dia seguinte, 13 de outubro, o nível das águas começou a subir lentamente, mas ainda com muita cautela quanto à estabilidade do processo. Na quarta-feira (23), o rio atingiu a marca de 12,50 metros, e na quinta-feira (24), manteve-se estável nesse patamar. Entretanto, já na sexta-feira (25), começou a ocorrer o fenômeno chamado "repiquete", uma reversão no nível das águas, que está fazendo o rio descer novamente.
Apesar da instabilidade climática que ainda afeta a região, a leve recuperação do Rio Negro oferece uma esperança para os moradores e para a economia local. A situação ainda exige atenção e medidas de prevenção, pois as previsões indicam que o fenômeno da seca poderá ter impactos ainda mais intensos nos próximos meses. No entanto, a recuperação do nível do rio, embora lenta, já está trazendo mudanças significativas para a rotina dos habitantes e para as operações econômicas da capital amazonense.
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