Manaus (AM)- Os deputados estaduais do Amazonas repudiaram, nesta terça-feira (05), os casos de violência sexual envolvendo crianças em Manaus. No último fim de semana, dois casos chocaram a população: o primeiro envolvendo uma criança autista de cinco anos que era estuprada pelo tio e outro de um homem que se masturbou na frente de uma menina de seis anos em um shopping da capital.
O presidente da Comissão de Defesa das Crianças e Adolescentes da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), João Luiz (Republicanos), apontou que casos de abusos estão "dominando" a cidade nas últimas semanas e que citou o caso divulgado pela Polícia Civil nesta terça-feira (05) de uma menina de 10 anos era dopada e estuprada pelo padrasto no bairro Alvorada, zona Centro-Oeste.
Sobre o caso da masturbação no shopping, o parlamentar afirmou que a comissão já está oferecendo suporte psicossocial a família da criança e a própria vítima.
“Já estamos trabalhando com os conselhos tutelares, delegacias e uma equipe multidisciplinar para dar apoio psicológico para vítima e a família”, garantiu.
Estupro
A deputada estadual Alessandra Campêlo (Podemos) ressaltou que o ato de mostrar partes íntimas, aliciar ou tocar em crianças e adolescentes de até 14 anos configura estupro uma vez que elas são vulneráveis e a classificação é garantida pela Justiça. Além disso, ela relembrou outro caso de estupro em shopping.
“Não é o primeiro caso que a gente vê. Aproveito essa situação grotesca para relembrar o caso Renner (onde um homem estuprou uma menina de quatro anos em um provador de shopping em Manaus) e revelar que o estuprador já está solto. Sou a favor que o crime de estupro tenha pena maior quando envolver crianças”, afirmou.
Joana Darc (União Brasil), por sua vez, repudiou o estupro do menino autista pelo tio e o namorado. “Esse crime vai além do pior porque é uma criança não-verbal, essa criança é incapaz de denunciar, de ser ouvida”, lamentou.
Além disso, a deputada estadual disse que um dos abusadores era médico veterinário e ele chegou a ser dado como desaparecido antes que descobrissem que, na verdade, ele estava preso. A manutenção da prisão dos suspeitos também foi solicitada.
Segundo Joana, o fato dos criminosos serem soltos em um curto período de tempo gera revolta. “Eu denunciei o caso do Luan Patrono, líder comunitário estuprador que fazia festas de dia das crianças para ficar perto das suas vítimas. Tem dois meses desse caso e ele já foi solto, isso nos revolta”, afirmou.
Denúncias
Já a deputada estadual Débora Menezes (PL), presidente da Núcleo de Proteção à Criação e ao Adolescente da Aleam, finalizou a discussão do tema ressaltando a importância da mobilização da população para realizar as denúncias.
“Precisamos estar atentos e incentivar as pessoas a denunciar. A criança muitas vezes está com figuras de confiança como tios e pais, aí elas não entendem o que está acontecendo. Por isso, as pessoas que percebem os primeiros sinais, devem fazer a denúncia”, afirmou a parlamentar.
Conforme ela, a causa é de todos.
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