Antiético, anti-bíblico e anti-Cristo – essas foram as marcas do discurso do deputado federal na noite desta quinta-feira (17), ao declarar apoio à reeleição do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
Antiético por utilizar sua influência religiosa para manipular a fé alheia e converter fiéis em massa de manobra, algo que se tornou habitual em sua trajetória. Anti-bíblico por distorcer passagens sagradas, ignorando o trecho de Mateus 21:12-13, em que Jesus expulsa os comerciantes do templo, denunciando a profanação do sagrado. E, sobretudo, anti-Cristo por proclamar uma suposta “guerra espiritual” que, na realidade, é apenas mais uma disputa política, na qual, ao final, todos seguirão seus próprios interesses.
Em uma guerra, pessoas matam e morrem. A retórica de guerra espiritual nada mais é do que um subterfúgio para disfarçar a verdadeira intenção: a luta pelo poder e pela continuidade dos desmandos. E, mesmo que se tratasse de uma batalha espiritual, seria para expulsar os demônios que já habitam o cenário político – corrupção, nepotismo, enriquecimento ilícito e fraudes em contratos.
Fica claro que, para o grupo da situação, qualquer meio é válido para se manter no poder. E a cada discurso como o de Silas Câmara, torna-se evidente o quanto a falta de preparo e de princípios transforma o poder em uma força destrutiva.
O templo que deveria ser de fé e serviço ao povo é hoje um mercado de interesses, onde se vendem ilusões e barganhas, em nome de uma moralidade que só existe no discurso. Assim, o apoio declarado por Silas não é mais do que uma aliança estratégica: um pacto com a manutenção do status quo e a perpetuação das injustiças que já conhecemos tão bem.
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