O festival Passo a Paço, que agitou a capital amazonense no último feriado, teve nitidamente conotações de abuso de poder econômico. Após o fracasso da tentativa de mudar o nome para “Sou Manaus”, o festival retorna com o nome original. Menos um legado para a sofrível administração municipal de David Almeida.
Apesar de a estrutura deste evento ter sido melhor e as atrações mais populares e convidativas, sabemos que o pano de fundo dessa adesão radical aos preceitos mundanos é eleitoral, e não sobre o movimento cultural ou o marketing positivo da cidade de Manaus.
Há poucas semanas de uma eleição difícil, a postura de David Almeida mudou, e foi possível vê-lo desfilando entre os alambrados como se fosse uma das atrações do evento, parando para fotos, sorrisos e acenos, numa verdadeira manifestação do conceito: "quem não é visto, não é lembrado."
Porém, o uso descarado da máquina pública pode levá-lo a um revés, ou poderia, caso tivéssemos uma fiscalização mais apurada ou menos ocio$a. A postura do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) é a de uma senhora idosa, que mal enxerga, mal ouve e permanece curvada, não pela idade avançada, mas por hábito.
Agora o festival acabou, voltemos à realidade! A política do pão e circo – no caso, mais circo do que pão – já foi realizada com sucesso, sem ser incomodada. Aliás, com um empurrãozinho da “Justiça” para que ocorresse. Voltemos à realidade de uma cidade com R$ 1 bilhão em asfalto, que pavimentou somente os caminhos do céu dos irmãos Câmara. A realidade de obras com verba alheia. A realidade em que o ranking de eficiência dos serviços públicos ficou em 4.778º lugar.
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