DNIT suspende restrições de carga na BR-319 em resposta à seca no AM

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) anunciou nesta terça-feira (3), a suspensão da portaria que restringia o tráfego de veículos com cargas superiores a 23 toneladas em um trecho da BR-319, conhecida como Manaus-Porto Velho/RO. A decisão foi formalizada por meio da portaria nº 4.251, datada de 30 de agosto de 2024, e publicada no Diário Oficial da União (DOU). A medida visa aliviar os impactos causados pela extrema seca que assola o Estado do Amazonas, afetando significativamente a região.

O DNIT justifica a suspensão com base no agravamento do período de estiagem, que tem gerado severos transtornos, incluindo restrições de navegação no Rio Madeira. A Marinha do Brasil proibiu a navegação noturna para comboios e embarcações individuais no rio, uma medida que contribui para a decisão de revisar as restrições na BR-319. Além disso, os decretos de emergência emitidos por prefeituras e estados devido à seca também influenciaram a decisão do departamento.

Outro fator relevante é o aumento de focos de queimadas na região, que têm comprometido a navegação nos rios e intensificado a necessidade de transporte terrestre. O DNIT destacou o elevado volume de pedidos de Autorização Especial de Trânsito (AET) para a rodovia, evidenciando a importância do transporte de cargas para abastecimento das cidades, deslocamento de pessoas e acesso aos direitos sociais básicos.

Anteriormente, a restrição aplicada aos veículos com cargas acima de 23 toneladas incluía a proibição de circulação pelos portos do Carreiro e de Humaitá após as 18h. Com a suspensão, espera-se um alívio no fluxo de transporte e uma melhor coordenação logística na região, crucial para enfrentar os desafios impostos pela estiagem e pelas restrições de navegação.

Em outro contexto, técnicos da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do DNIT estão inspecionando a instalação do novo porto de Itacoatiara, situado a 276 quilômetros de Manaus. Após o desabamento de parte do porto em outubro de 2023, conhecido como "Terras Caídas", foi necessário instalar uma rampa para balsas de carga. Além disso, está prevista a reconstrução dos apoios da ponte fixa e do berço de apoio do porto antigo, cujas estruturas foram comprometidas pela oxidação e ação do tempo. Essas medidas visam garantir a continuidade das operações e aliviar o fluxo no porto antigo, onde uma balsa está servindo como porto provisório durante as obras emergenciais.