O Amazonas enfrenta o pior agosto em relação a queimadas dos últimos 26 anos, de acordo com dados do programa BD Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 1º e 31 de agosto de 2024, foram registrados 10.328 focos de calor, um aumento de 88% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando houve 5.474 queimadas. Este é o maior índice desde o início da série histórica em 1998, superando o recorde anterior de agosto de 2021, que contabilizou 8.500 queimadas.
A situação é agravada por uma extensa mancha de fogo que cobre quase 500 quilômetros, conforme observado pelo satélite europeu Copernicus. Além do Amazonas, o problema se estende aos estados vizinhos Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e, mais recentemente, Pará, formando um verdadeiro "cinturão do fogo" na região. A densa fumaça resultante está criando graves problemas de visibilidade e saúde para a população, particularmente em Manaus e outras cidades amazonenses.
Em resposta à crise, o governo estadual decretou emergência ambiental em todos os 62 municípios do Amazonas e proibiu qualquer tipo de queimada. Esta medida visa conter a propagação do fogo e minimizar os impactos ambientais e de saúde. No entanto, as restrições não têm impedido a rápida intensificação dos focos de calor.
Além do recorde de agosto, o mês de julho também apresentou o pior índice histórico para o período, o que sugere uma tendência preocupante de aumento das queimadas na região. Os dados mostram que a gravidade da situação está se intensificando, refletindo uma crise ambiental em curso que exige ação imediata e eficaz.
Dos dez municípios com maior número de queimadas na Amazônia Legal em agosto, três estão localizados no sul do Amazonas: Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã. Estes municípios, parte do chamado "arco do fogo", têm sido significativamente afetados pela expansão da pecuária na região. Apuí lidera a lista com 2.267 queimadas, seguido por Lábrea com 1.959 e Novo Aripuanã com 1.208, evidenciando a necessidade urgente de estratégias para enfrentar os desafios ambientais e proteger a floresta amazônica.
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