A semana foi tomada pela discussão sobre preconceito linguístico no Brasil, após a entrada da amazonense Isabelle Nogueira no Big Brother Brasil 24, gerando comentários até mesmo xenofóbicos contra a nortista. Esse tipo de preconceito tem como principais alvos os grupos que se afastam dos modos de falar determinados pela norma culta e da linguagem das classes urbanas.
Mesmo com o reality sendo de entretenimento, é possível refletir condutas e ações que tomam conta do comportamento dos brasileiros. Isabelle entrou na Casa mais vigiada do Brasil com bastante carisma e um sotaque que só quem é do Amazonas sabe a identidade linguística que suas falas carregam. Não demorou muito para que ela fosse denominada de 'forçada' a utilizar expressões para dialogar com os outros colegas.
Embora a sociedade esteja aberta para dialogar assuntos diversos, é possível afirmar que tais práticas que configuram preconceito linguístico, muitas vezes não são percebidas e acabam por inferiorizar o sotaque de alguém e ignorar a diversidade linguística do nosso País.
O Laranjeiras.News conversou com o doutor em Estudos da Linguagem e professor do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Edson Galvão, para entender o conceito de preconceito linguístico e como essa prática atinge a variação linguística da sociedade.
Os principais alvos desse tipo de descriminação são a população vulnerável, com base no gênero, classe, raça, padrão de renda, acesso à educação, deficiência e local de nascimento.
Edson Galvão completa que compreender a nossa fala é carregar a história da nossa origem e o direito de manifestar nossa diversidade cultural em todos os lugares. Qualquer forma de julgamento acerca do modo de falar de alguém, é escancarar o mais puro preconceito linguístico na sociedade.
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