Após dois anos de combate à pandemia da Covid-19, a população mundial pode, ao menos neste momento, respirar sem o uso de máscaras. Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em Genebra, na Suíça, o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à Covid-19, mas o compromisso com a prevenção do vírus ainda precisa ser evidenciado.
Com o intenso colapso na saúde por conta do vírus no Brasil, mas precisamente no Amazonas, onde o caos foi maior na segunda onda da doença, resultando na morte de mais de 14 mil pessoas, houve uma atenção da população manauara em se vacinar contra a Covid.
A Mobilização Nacional pela Vacinação, lançada em fevereiro pelo governo federal, aponta Manaus como referência nacional em vacinação. A cidade lidera a classificação feita pelo Ministério da Saúde ao atingir em três meses um índice vacinal de 79,91%.
Na situação epidemiológica semanal da Covid-19, divulgada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), entre os dias 11 e 17 de junho no Estado, foi registrado o diagnóstico de 61 novos casos, totalizando 636.877 registros da doença. Até o fechamento do boletim, ninguém morreu de Covid, permanecendo 14.479 mortes pela doença.
Mesmo com a baixa de casos da Covid, é preciso continuar atento às medidas de prevenção. Ao Laranjeiras.News, o médico infectologista, Dr. Noaldo Lucena, reforça que a preocupação em torno da doença deve existir.
Lucena apontou ainda que, mesmo Manaus se tornando referência nacional, a capital está com o percentual que não chega a 50% de pessoas vacinadas com ao menos 3 doses de algum imunizante da doença. Atualmente, o índice chaga 48% da população local com, pelo menos, três doses da vacina.
“A preocupação deve existir sim. Estamos com um percentual em torno de 48% de pessoas com três doses. O que é bastante preocupante. Uma vez que as vacinas estão disponíveis para todas as faixas etárias”, disse Noaldo.
O infectologista citou ainda que as pessoas precisam se conscientizar quanto à atualização da carteira vacinal, por conta dos baixos índices de cobertura para diversas outras vacinas.
“Esse é o grande problema. É daí o motivo da necessidade da vacinação completa com a dose bivalente da Covid (que confere cobertura ao vírus selvagem , a ômicron e suas variantes ) e a vacina da gripe ( influenza ) que entre outros confere imunidade a H3N2 introduzida no Brasil em setembro outubro de 2021”.
Noaldo Lucena, explicou também como diferenciar Covid-19 de gripe ou resfriado, já que alguns sintomas podem causar confusão ao paciente no momento de buscar ajuda médica, tendo em vista a circulação de vírus respiratórios no Amazonas.
“Resfriados em geral são quadros mais leves ( tosse/ coriza / dor de cabeça e no corpo) e mais autolimitados . Com duração de 3 a 7 dias. Os quadros de gripe e Covid podem ter sintomas mais severos com febre alta , dor moderada de cabeça e no corpo , coriza , dor na garganta e especificamente suspeitar de Covid se o paciente começa a apresentar quadro de ‘falta de ar’ e cansaço moderado”, explicou.
Proteção
O especialista destaca o hábito do uso de máscara, mesmo após o fim da pandemia, segundo o médico, embora seja eficaz para evitar o acesso de vírus respiratórios, é notável que a população não aderiu ao uso dessa medida. Lucena recomenda o uso de item, principalmente, para aquelas pessoas imunossuprimidas, que tendem a ser mais vulneráveis a vírus respiratórios.
"Com o aumento de casos de síndrome respiratória aguda na cidade e considerando a baixa cobertura vacinal recomendo fortemente o uso de máscara pessoas imunossuprimidas (idade, câncer, diabetes descontrolada, uso de imunossupressor, etc) em ambientes fechados e aglomerados. Especialmente quando não se sabe o status sorológico dos demais (se estão ou não com esquema vacinal completo)", finalizou.
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