O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Especiais, Turismo, Fretamento, Locadoras e Carro de Valores Intermunicipal de Manaus (Sindespecial/AM) fechou os portões da empresa Kaele Ltda. às 4h da manhã de 2 de maio, impedindo a saída dos veículos e coagindo os trabalhadores, o que afetou o atendimento de 1.024 crianças que dependem do transporte escolar. A informação consta em um pedido da Kaele ao Ministério Público do Amazonas (MPAM), para que investigue o caso.
Com contrato firmado com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), a Kaele fornece 32 veículos, com motoristas e monitores, para o transporte escolar. Segundo documento encaminhado ao MPAM, o Sindespecial/AM alega descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) por parte da empresa.
Em contato com a assessoria do advogado Vilson Benayon, que encabeçou a Ação Civil Pública contra a Kaele, Laranjeiras.News informou que os trabalhadores não foram devidamente informados sobre os termos do contrato de trabalho e que estariam sendo pressionados a desvincular-se do Sindespecial/AM, sob a promessa de melhores condições de trabalho, remuneração superior e mais benefícios e regalias.
Na ação contra a Kaele, a assessoria de Vilson Benayon afirmou que o suposto assédio da empresa teria levado 191 trabalhadores a desfiliarem-se do Sindespecial/AM. Em 12 de junho, o juiz Mauro Augusto Ponce, da 5ª Vara do Trabalho, acatou o pedido do sindicato para que a empresa pare de praticar atos que desestimulem a associação ao sindicato, sob pena de multa de R$ 5.000,00 por nova conduta comprovada.
Uma análise realizada pelo setor jurídico do Laranjeiras.News levantou uma questão curiosa acerca do material encaminhado pela assessoria. O nome de Vilson Benayon, advogado do Sindicato, aparece em destaque como autor da propositura da Ação Civil contra a Kaele, o que, em tese, poderia caracterizar promoção pessoal do caso. A reportagem questionou a assessoria sobre possíveis intenções eleitorais do advogado, que foram prontamente negadas.
Em entrevista à reportagem, o empresário José Neilo de Lima Silva refutou as acusações direcionadas a ele e à sua empresa. "Vamos responsabilizar o sindicato na justiça. Eles terão que responder criminalmente, além disso, terão que pagar a diária dos motoristas e todos os prejuízos que a empresa teve nesse dia. A empresa sabe que não cometeu nenhum crime e vai provar isso em juízo", afirmou. "Eles não tinham nenhuma documentação, nenhuma ordem judicial para fechar a empresa", completou.
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