Sabemos que nos últimos anos o jornalismo precisou ser resistência em meio a tantos acontecimentos. Além de lutar pela propagação de notícias relevantes e coerentes, o jornalismo precisou lidar com um vilão: as ‘fakes news’, que com as novas tecnologias ganhando seu espaço e a sociedade tendo informação na palma da mão com os smartphones, veio o ônus da disseminação de conteúdos falsos, que chegam com instantaneidade a população.
Segundo um levantamento de junho de 2022, feito pela Poynter Institute, escola de jornalismo e organização de pesquisas, quatro em cada 10 pessoas afirmam receber notícias falsas todos os dias no Brasil. Além disso, os dados apontam também que 65% dos brasileiros se preocupam em cair em fake news ou que seus parentes caiam. A taxa é preocupante se tratando de um dos países que mais consomem notícias falsas.
O projeto do Intervozes – coletivo Brasil de Comunicação Social e o GT de Combate à Desinformação na Amazônia formado por 10 organizações distintas, 8 delas da Amazônia, divulgou um levantamento no ano passado e identificou 70 sites/blogs desinformativos, agrupados em veículos jornalísticos, movimentos sociais de direita e perfis de figuras públicas na região Amazônia.
Se tratando desses levantamentos, o papel do jornalismo sempre foi observar, investigar e transmitir assuntos de importância para a sociedade. No Amazonas por exemplo, existe meios de comunicação que aderiram ao ‘Selo de Jornalismo Profissional’ pela ética e qualidade na produção de notícias, visando trazer conteúdo de qualidade e certificação a população que busca informação em sites e portais, no entanto, isso não é o suficiente para afastar as pessoas de conteúdos falsos.
Eleições e notícias falsas
Na política, as notícias falsas envolvendo parlamentares, projetos de lei, partidos e tudo que engloba esse universo que norteia a sociedade, é o que mais sofre com as informações falsas, exclusivamente por afetar uma comunidade inteira.
O medo das eleições de 2022 no Amazonas ser um dos processos eleitorais mais afetados com a desinformação, fez com que o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TER-AM) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alinhassem estratégias para frear esse tipo de prática de conteúdo ilegítimo.
Esse processo de manipulação com finalidade política pode afetar diretamente o processo eleitoral, destruir reputação e até mesmo desinformar sobre projetos de interesse da população, já que acaba ganhando uma nova dimensão, devido à expansão das redes sociais e à segmentação de usuários e conteúdos por meio da Inteligência Artificial, que cada vez mais se parece com o ‘real’.
Vale lembrar que nesse mecanismo compulsório entre receber informação e a não apuração se o fato é verídico ou não, traz diversos problemas para a sociedade. Uma delas é que ao ser propagadas, as chances de reverter a situação quando atinge um meio, uma pessoa ou uma Instituição, fica difícil.
Por isso, é importante usar meios que vão contra toda essa prática de disseminação de conteúdos inverídicos, com as chamadas agências de combate à desinformação.
Para o cientista político, João Ferreira, o governo precisa criar saídas para frear esse tipo de conteúdo inverídico e cabe o jornalismo ajudar a cobrar políticas públicas.
“A difamação no meio político sempre existiu, mas é possível destacar um aumento alarmante com a tecnologia, que culminou para a chegada de desinformação mais rápido. Os meios governamentais precisam lidar com isso o mais rápido possível, para evitar ações mais drastica quanto a propagação de notícia falsa. Por isso é importante a população ser lembrada que qualquer informação, por mais simples que seja, precisa ser checada, apurada. E os meios que disseminam fake news, precisam ser responsabilizados severamente. Por isso a importância de se fazer jornalismo sério, para assim cobrar também políticas públicas em relação a isso”, disse.
A desinformação proferida em discurso político
Além das notícias falsas serem propagadas nas redes sociais, há quem absorva a desinformação e passe adiante. No Amazonas, quase todas as fakes News propagadas por políticos são de teor conservador ou ferindo a oposição, bem como um grupo de minoria.
Ao invés de políticos usarem seus meios de comunicação para apresentar projetos e prestar contas com a população, muitos deles usam como ferramenta de ódio, para propagar desinformação.
Meses atrás, por exemplo, ao menos três parlamentares do Amazonas propagaram fake news envolvendo o Auxílio-Reclusão, pago pelo governo para as famílias de detentos que contribuíram para a Previdência. Uma notícia falsa afirmou que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aumentaria o valor do auxílio para até R$ 1.754,18. O valor máximo do auxílio é equivalente ao de um salário mínimo (atualmente R$ 1.302).
Deputados do Amazonas de oposição ao Governo Lula, propagaram notícia falsa ao dizer que o auxílio seria maior que o salário mínimo, notícia essa que perdurou por uma semana, até os meios de comunicação pressionarem e afirmarem ser conteúdo falso, fazendo assim com que muitos políticos apagassem a postagem.
Outro caso recente foi uma fake news disseminada por um vereador de Manaus, em discurso na Câmara Municipal. Além do conteúdo falso, o parlamentar usou disso para praticar transfobia e legitimar seu preconceito no meio de uma sessão plenária.
Acontece que no meio de propostas e sessões que visam sanar as necessidades do povo amazonense, esses políticos usam o tempo que lhes cabem não para o bem da comunidade, mas sim fazer a exclusão de grupos que não fazem parte de sua realidade e cabe o jornalismo cobrar e informar a população quanto a isso.
O papel do jornalismo sempre foi muito claro e vai além da informação bem pautada. Combater qualquer tipo de desinformação, assegurar o direito público e buscar a democracia faz parte do processo. O Laranjeiras News sempre assegura a verdade e busca reafirmar como fonte confiável e clara os interesses da população amazonense, sempre frisando que ‘Fake news não é notícia e desinformação não é jornalismo’.
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