O fenômeno La Niña oficialmente chegou ao fim, trazendo a atenção para o outro fenômeno El Niño, que marca alterações no clima no Brasil. Se por um lado o La Niña traz chuvas intensas especialmente no Norte, por outro o El Niño traz seca e alteração climática para a região.
Para entendermos melhor esses dois fenômenos, precisamos explicá-los: enquanto o El Niño consiste no aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial por causa do enfraquecimento dos ventos alísios, o La Niña se caracteriza pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial.
Em termos mais claros, El Niño provoca secas severas na região Norte, enquanto o La Niña favorece a formação de chuvas nessa mesma região. Isso explica o fenômeno inverno Amazônico, que atinge toda a região nortista em dezembro com a chegada do La Niña, que tem seu fim em fevereiro do ano seguinte, com a chegada do El Niño.
Vale lembrar que esse fenômeno é peculiar e isolado do resto do país, tendo em vista que neste mesma período ocorre o verão no sudeste, por exemplo.
Confirmado pelas principais consultorias de clima do mundo, as atenções do setor produtivo se voltam para a possibilidade de um El Niño alterar os padrões de chuva no Brasil nos próximos meses com sua chegada. Especialistas afirmavam a chance do fenômeno climático entrar em atuação entre o inverno e primavera no país, mas segundo atualização recente da MetSul as mudanças podem acontecer já no outono, que começou nesta segunda-feira (20).
Tendo em vista essa mudança, a consultoria explica ainda que muitas vezes a fase de neutralidade pode ser confundida com normalidade, mas que ainda assim essa fase pode trazer extremos nos fenômenos climáticos como El Niño e La Niña.
No Norte por exemplo, a população mais leiga sempre separa os clima em inverno e verão. No Amazonas, a partir de abril já é possível sentir o período de chuva deixando o estado, dando espaço para dias mais ensolarados e com temperatura elevada. Com a chegada do outono no Brasil, para essa região será de temperaturas um pouco acima da média a partir de junho.
Agora, com a instalação do El Niño deve aumentar as temperaturas em todo o mundo, mas se tratando do Brasil, isso causará mais calor nos estados ao Norte, e mais chuva ao sul.
As estimativas apontam que o El Niño será de intensidade moderada até o final de 2023. É possível que ganhe força no próximo verão, o que já preocupa especialistas. No último episódio, há sete anos, o fenômeno transformou 2016 no ano mais quente da história, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
A oscilação entre La Niña e El Niño é natural, mas há incerteza se três anos consecutivos de um mesmo fenômeno foram um “acaso estatístico” ou um sinal das mudanças climáticas.
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