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Dia 8 de março: o reflexo na luta da mulher amazonense em busca da igualdade no mercado de trabalho

Celebrado no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher promove reflexão, sobretudo ao nosso espaço na sociedade, além dos desafios para que haja igualdade de gênero em todas as esferas.

08/03/2023 às 08h59
Por: Thais Souza
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Dia 8 de março: o reflexo na luta da mulher amazonense em busca da igualdade no mercado de trabalho

Séculos atrás, as mulheres não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Sempre presas ao patriarcado, o ser feminino se viu em constante luta pelos seus direitos, que foram alcançados ao longo da história da humanidade, embora exista um longo caminho a percorrer.

Celebrado no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher promove reflexão, sobretudo ao nosso espaço na sociedade, além dos desafios para que haja igualdade de gênero em todas as esferas.

Um dos campos sociais que mais afeta a vida de mulheres, é o profissional. Muitas delas se esforçam ao máximo na profissão, se reconhecem como seres capazes de exercer sua profissão, mas o ambiente em que se inserem acabam deslegitimando toda essa capacitação com machismo, discriminação que vão desde a maternidade até a inferioridade do salário, comparado ao do homem que exerce a mesma função.

Se tratando disso, é possível destacar alguns desafios da mulher no mercado de trabalho no Amazonas. Mesmo com um estudo divulgado em setembro de 2022, feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), que mostra o estado sendo o segundo da região Norte que mais teve   trabalhos formais femininos, com saldo positivo de 14.511 postos, ainda é preciso salientar um desafio enfrentado por mulheres: desigualdade salarial entre os gêneros.

Para a social media, Alaiza Nogueira, de 29 anos, que é amazonense, mas reside em São Paulo, cada vez mais é difícil provar suas qualificações no mercado de trabalho.

“Eu  estou chegando na casa dos 30, então parece que tem se tornado ainda mais difícil provar as minhas qualificações. O mercado não quer alguém que esteja aprendendo, quer alguém que já saiba fazer, e que saiba fazer de tudo um pouco. Então, enquanto eu estou estudando pra me aprimorar, têm pessoas mais novas que já sabem, começaram mais cedo do que eu. E isso acaba se tornando dificultoso pra eu entrar nas empresas que busco oportunidades”, disse.

Kamila Rodrigues, de 28 anos, que trabalha como assistente administrativo, acredita que muitas empresas ainda não acreditam na capacidade das mulheres em exercer funções também executadas por homens por conta do machismo.

“Tem empresa que ainda há muita inferioridade com nós mulheres e a falta de crença de que possamos ser e somos  capazes de realizar as mesmas funções que os homens. Todo esse pensamento é por conta do machismo que se torna presente em nossa sociedade”, pontuou Kamila.

A Gerente Administrativa, Letícia Gabriele Vieira, de 23 anos, também partiu do pensamento de que um dos maiores desafios para uma mulher no mercado de trabalho também é o machismo.

“Um dos maiores desafios no ambiente profissional é o machismo. Mesmo que tenha um homem e uma mulher na mesma função, as pessoas sempre se direcionaram e escutam o profissional do sexo masculino, mesmo que a gente esteja impondo a mesma proposta que eles, sempre somos desmerecidas”, disse Letícia Gabriele.

Dados nacionais

Os desafios citadas pelas amazonenses Alaiza, Kamila e Letícia são uma realidade e atingem todas as mulheres do país, independente da cor, gênero ou orientação sexual.

Segundo levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, as mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil e a diferença salarial entre os gêneros segue neste patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação.

Considerando a população transgênero, um dado da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) informa que apenas 4% das pessoas transexuais possuem emprego formal, só 6% possuem emprego informal e cerca de 90% trabalham com prostituição.

Já as mulheres negras são sub-representadas no mercado de trabalho formal e ganham muito menos que os demais grupos demográficos. No mercado de trabalho, só metade das mulheres negras consegue uma vaga e, mesmo assim, com salários baixos e em condições ruins. De acordo com a pesquisa da FGV, como base dados do IBGE, entre janeiro e março de 2022, das quase 49 milhões de mulheres negras em idade para trabalhar, apenas metade estava inserida no mercado de trabalho (51,2%). Entre os homens brancos e amarelos, eram 72,2%.

Além da desvalorização no mercado de trabalho, existe o assedio dentro das empresas. Alaiza conta que já foi explorada dentro de um setor e sentiu na pele o assédio moral por parte de um empregador.

“Comecei o meu próprio negócio, mas já passei por empresas que sim, acreditaram muito no potencial, mas também tiveram casos infelizes de o chefe explorar funcionário, pagar pouco e achar que era um favor. Ou por achar que pode oferecer coisas a mais por a funcionária ser mulher. Infelizmente essas coisas acontecem muito quando a gente tá começando no mercado de trabalho e aceita certas humilhações não só porque precisa do dinheiro, mas porque precisa da experiência também. É chato, desmotiva, mas acaba servindo de lição”, destacou.

Para quebrar esse ciclo de desigualdade, Kamila acredita no empoderamento feminino como voz para que mulheres consigam seu lugar na sociedade.

“Acredito no empoderamento feminino. É importante para continuamos lutando pela igualdade social, profissional. Já vencemos muitas coisas e unidas  venceremos mais”, afirmou.  

Leticia Gabriele salienta a importância de olhar para a vivência de outras mulheres e assim refletir para que haja mudanças.

“É importante a  gente refletir nosso papel na sociedade para ultrapassar barreiras. Acho que entender os problemas que enfrentamos diariamente e olhar para as lutas de outras mulheres gera união para irmos além”.

Mesmo com rotinas e vivências diferentes, toda mulher sabe o quanto é difícil ganhar seu espaço em um mundo que ainda há aversão ao ser feminino. A importância do Dia Internacional da mulher tem como finalidade essencial: o fortalecimento de discussões sobre a importância da mulher e a conscientização dos desafios que todas nós enfrentamos na sociedade.

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