A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou nesta terça-feira (3) que está vivendo fora do Brasil e que pretende fixar residência na Europa. Segundo ela, a decisão de sair do país teve início com uma viagem para tratamento médico, mas acabou evoluindo para um projeto pessoal e político de atuação no exterior. A parlamentar informou ainda que pedirá licença não remunerada do mandato na Câmara dos Deputados.
Zambelli disse que possui cidadania europeia e pretende usar essa condição para circular entre países do continente, promovendo alianças com grupos conservadores. Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, no YouTube, afirmou que quer “retomar sua essência” e ajudar a fortalecer a direita internacional. A deputada citou França, Inglaterra, Portugal, Espanha e Itália como destinos estratégicos para sua atuação política.
Antes de sair do país, a deputada também tomou medidas para reorganizar sua presença política. Emancipou seu filho de 17 anos, permitindo que ele concorra nas eleições de 2026, e repassou o controle de suas redes sociais à mãe, Rita Zambelli. As ações ocorreram poucos dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) condená-la por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em maio, Zambelli foi sentenciada a 10 anos e 8 meses de prisão, além da perda de seu mandato. A decisão foi unânime entre os ministros do STF. Embora ainda possa recorrer por meio de embargos de declaração — que não mudam a condenação, mas atrasam sua execução —, a eventual prisão da deputada depende de aval da Câmara.
A possível cassação do mandato também segue em análise. Pela Constituição, o Congresso costuma decidir nesses casos, mas a jurisprudência do STF permite que o próprio tribunal determine a perda se a pena ultrapassar 120 dias de prisão em regime fechado. Com isso, caberia à Mesa Diretora da Câmara apenas confirmar a decisão. Enquanto isso, Carla Zambelli articula seu futuro político longe do país.
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