Em alusão ao Dia das Mães, a Serasa divulgou um estudo inédito que lança luz sobre a realidade financeira das mulheres brasileiras que lideram diferentes tipos de arranjos familiares. A pesquisa, feita em parceria com o Instituto Opinion Box, entrevistou 999 mães de todas as regiões do país e apontou um dado revelador: em 2025, a maior parte da responsabilidade orçamentária nos lares recai sobre as mulheres. Seja casada, viúva, solteira ou divorciada, a mãe brasileira é, na prática, a principal gestora das finanças da casa.
O levantamento mostra que 96% das viúvas, 86% das mães solteiras, 83% das divorciadas e 80% das casadas ou em união estável se veem como protagonistas da própria vida financeira. Apesar desse protagonismo, apenas 3 em cada 10 mães se consideram preparadas para lidar com dinheiro. A falta de preparo atinge todas as configurações familiares de forma semelhante, mas 8 em cada 10 mulheres afirmam buscar aprendizado para melhorar sua relação com as finanças.
O estudo também revelou a percepção de reconhecimento dentro de casa. Entre as entrevistadas, as mães casadas ou em união estável são as que mais se sentem valorizadas (74%), seguidas por viúvas (71%), divorciadas (70%) e mães solteiras (65%). Em contrapartida, equilibrar carreira, cuidados com a casa e os filhos ainda é um desafio intenso: 95% das divorciadas relatam dificuldades, assim como 92% das mães solteiras, 90% das casadas e 89% das viúvas.
Diante da sobrecarga, muitas mães têm recorrido a atividades extras para complementar a renda familiar. Entre as solteiras, 81% já fizeram algum tipo de trabalho informal, como serviços de limpeza. Já as divorciadas e viúvas, em sua maioria, prestam cuidados a idosos, enquanto as casadas se destacam na revenda de produtos. Além disso, boa parte das entrevistadas recorreu ao crédito nos últimos 12 meses, especialmente para lidar com imprevistos, quitar dívidas e tentar limpar o nome.
A especialista em educação financeira da Serasa, Patrícia Camillo, ressalta que o acúmulo de funções e a falta de apoio têm impacto direto na saúde emocional das mães, o que afeta também a qualidade das decisões financeiras. “O esforço diário dessas mulheres para manter tudo funcionando mostra uma dedicação imensa. Por isso, é urgente ampliar o acesso à educação financeira, promovendo mais autonomia e bem-estar para quem sustenta tantas famílias no Brasil”, conclui.
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