Na última terça-feira (25), o colombiano Juan Carlos Urriola, de 48 anos, foi preso em Santa Isabel do Rio Negro, interior do Amazonas, com 1,2 tonelada de drogas. A apreensão chamou a atenção das autoridades pela grande quantidade de entorpecentes e pela possível ligação do acusado a um esquema profissional de tráfico. No entanto, após ser levado à Manaus para audiência de custódia, Urriola foi liberado, uma decisão que gerou surpresa e indignação, tanto entre a população quanto nas esferas do Ministério Público (MP).
Durante a audiência de custódia, o Ministério Público argumentou que, devido ao volume de drogas encontrado, o colombiano deveria ser mantido preso, já que sua libertação representava um risco de fuga. A falta de residência fixa no Brasil e a gravidade do crime foram pontos destacados pelo MP. Contudo, o juiz Túlio de Oliveira Dorinho, responsável pela decisão inicial, rejeitou o pedido de prisão preventiva, alegando que Urriola não tinha antecedentes criminais e, portanto, não havia justificativa legal suficiente para mantê-lo preso.
A decisão do juiz gerou críticas e foi prontamente contestada. No sábado (1º), o MP entrou com um recurso para que a liberdade provisória do acusado fosse revista. O pedido foi atendido pelo juiz Luís Alberto Nascimento Albuquerque, que, em uma nova decisão, decretou a prisão preventiva de Urriola. Segundo o magistrado, a custódia se justificava para assegurar a aplicação da lei penal, prevenindo a fuga do acusado, caso fosse condenado.
No entanto, antes que a ordem de prisão fosse cumprida, Urriola já havia fugido, e atualmente encontra-se foragido. As autoridades locais estão realizando buscas intensivas para capturá-lo, mas, até o momento, não há informações sobre seu paradeiro. O caso gerou uma forte repercussão e levanta questionamentos sobre a efetividade do sistema judiciário na aplicação de medidas cautelares.
A fuga de Urriola e a decisão judicial que o liberou temporariamente evidenciam as lacunas e desafios enfrentados pelo sistema de justiça no Brasil, especialmente em casos envolvendo o tráfico internacional de drogas. O episódio reforça a necessidade de uma abordagem mais rigorosa para lidar com criminosos de alta periculosidade e destaca as dificuldades para garantir a segurança pública em um cenário de crescente violência e impunidade.
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