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Exonerações mostram possíveis vínculos de Arthur Neto com judiciário e MPAM

O prefeito de Manaus Arthur Neto exonerou os cargos comissionados, e lá é possível ver pessoas ligadas ao judiciário, ao Ministério Público, políticos e empresários

13/12/2020 às 18h54 Atualizada em 14/12/2020 às 06h31
Por: Eduardo Menezes
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Exonerações mostram possíveis vínculos de Arthur Neto com judiciário e MPAM

MANAUS/AM - O prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB), está encerrando sua gestão, mas parece que vai terminar com mais um escândalo para conta. O Laranjeiras News fez uma análise dos nomes apresentados na lista de exonerações dos cargos comissionados publicados na edição 4984 do Diário Oficial do Município (DOM), na última sexta-feira (11).

O documento mostra nomeações um tanto suspeitas de pessoas ligadas a órgãos que deveriam fiscalizar ou repreender a gestão de Arthur, como o judiciário e o Ministério Público do Amazonas (MPAM). Mas não se limita somente a esses órgãos, nomes conhecidos da velha política e até ex-senadores podem ser encontrados na lista, assim como pessoas ligadas a empresários.

Como é o caso do ex-senador Jefferson Praia, que era suplente do senador Jefferson Peres (*18 de março de 1932 + 23 de maio de 2008), do PDT, e estava lotado no Conselho Municipal de Gestão Estratégica da Prefeitura ocupando o cargo de vice-presidente administrativo, assim como o ex-vereador Mário Frota, que não conseguiu se reeleger duas vezes consecutivas que, segundo o DOM, deveria exercer a função de Secretário Geral na mesma comissão, no entanto, segundo funcionários da prefeitura que revelaram à reportagem sob condição de anonimato, que ambos não eram vistos na prefeitura. O dois também seriam filiados ao PSDB, mesmo partido do prefeito. Mário Frota foi candidato nas eleições deste ano e não se desincompatibilizou do cargo público. Outros nomes da comissão que também são conhecidos são do advogado Félix Vaolis, Rodermark de Castelo Branco e José Fernando de Farias.

Empresários da comunicação também foram agraciados com nomeações suspeitas, como a da irmã de Otávio Raman, ex-dono da TV Em Tempo, hoje Norte TV, Ana Lucia Raman Neves da Costa e do irmão do empresário proprietário da TV e rádio Tiradentes, Ronaldo Tiradentes, Marcos Tiradentes, nos dois casos, funcionários da prefeitura não afirmaram com exatidão a frequência que ambos estavam no expediente.

Nomeações de pessoas ligadas ao judiciário podem indicar prevaricação (Foto: Reprodução)

 

Pessoas ligadas ao judiciário também tiveram espaço nos cargos comissionados da gestão tucana, como é o caso de Taiko Nakajima Fernandes, que  é esposa do juiz especial Junior Fernandes e cunhada do desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Jomar Fernandes. Outro nome que aparece na lista é o de Gabriel Pascarelli, filho do desembargador Flávio Pascarelli, também do TJAM. Mais um que aparece é Lucas César José Figueiredo Bandeira, filho da desembargadora Graça Figueiredo (TJAM) e do juiz Cezar Bandeira. Elaine Gurgel do Amaral, irmã da juíza Eline Gurgel do Amaral que é esposa de Frank Marques Pinto, braço direito de Arthur Neto no Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), antigo Manaustrans.

Entre os juízes quem mais chama atenção é a nomeação do irmão do juiz Cássio Borges, Ramiz Wladimir Braga dos Santos Junior, como diretor executivo da Manaus Solidária. O juiz Cássio Borges emitiu decisão contra o Laranjeiras News para não divulgar o nome da ex-promotora de Justiça do Ministério Público do Amazonas e de seu irmão, após reportagem revelar suposto tráfico de influência entre o MPAM e a Prefeitura de Manaus, no âmbito das investigações da Operação Héstia, que investigava suposta lavagem de dinheiro e aumento patrimonial da primeira-dama Elisabeth Valeiko, e que foi misteriosamente brecado. O escândalo lhe rendeu a não permanência no cargo. Cássio saiu em defesa da ex-procuradora, mesmo sabendo que era uma decisão ilegal e arbitrária. Após ser acionado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cássio reverteu a decisão.

Independência do MPAM é colocada em dúvida com nomeações suspeitas (Foto: Divulgação)

 

Além do irmão, Luciano Mauro Nascimento Albuquerque, a ex-procuradora de justiça, Leda Mara Albuquerque, mantinha também o cunhado, Manuel Paulino da Costa Filho, que exercia a função de coordenador do gabinete pessoal de Arthur Neto. Manuel é irmão do ex-senador João Pedro (PT), casado com a ex-procuradora. O promotor, Fábio Monteiro, também mantinha seu irmão na estrutura da prefeitura. Yano René Monteiro era assessor técnico I, na Casa Civil da Prefeitura, mesmo local onde o irmão da ex-procuradora estava nomeado.  

O Tribunal de Justiça e o Ministério Público foram contatados por e-mail, mas não responderam até o fechamento do texto. O espaço continua aberto para esclarecimento de todos os citados, lembrando que os nomes podem ser encontrados no Diário Oficial abaixo.

Veja o Diário Oficial na íntegra:

 

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