O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), pediu desculpas publicamente pela abordagem truculenta de fiscais da prefeitura contra uma vendedora haitiana na Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro Histórico de Manaus, na última quinta-feira (13). Durante entrevista concedida nesta sexta-feira (14), ele afirmou que a ação não seguiu os procedimentos adequados e garantiu que os responsáveis por excessos serão punidos. “Eu peço desculpas da senhora”, declarou o prefeito.
A apreensão da banca e dos produtos da vendedora foi realizada por fiscais da prefeitura com o apoio da Guarda Municipal. No entanto, a abordagem agressiva gerou revolta na população e foi amplamente criticada por vereadores da cidade. A cena foi registrada em vídeo por testemunhas e viralizou nas redes sociais, aumentando a pressão sobre a administração municipal. Em sua declaração, David Almeida justificou as fiscalizações como parte de um esforço para organizar o comércio informal na cidade, atendendo a pedidos da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
O prefeito ressaltou que a vendedora haitiana já havia sido notificada mais de dez vezes sobre a proibição de comercializar frutas na Avenida Eduardo Ribeiro. Apesar disso, reconheceu que a forma como a abordagem ocorreu foi inadequada. “Repudiamos aquele ato. A maneira como retiraram os pertences dela não foi correta. No entanto, ela foi orientada diversas vezes que aquele não é um local permitido para a venda”, explicou Almeida.
Ainda segundo o prefeito, há locais específicos destinados a feirantes, como a Feira do Imigrante, localizada em frente ao Mercado Adolpho Lisboa. Ele afirmou que a prefeitura não pode permitir que importantes vias do Centro Histórico sejam ocupadas por vendedores ambulantes de frutas e verduras. No entanto, ressaltou que busca soluções para realocá-los de maneira digna.
Para minimizar os impactos do ocorrido, David Almeida afirmou que determinou assistência à vendedora haitiana para que ela possa continuar seu trabalho. Ele mencionou a possibilidade de oferecer um box dentro de uma feira ou galeria comercial para garantir seu sustento. Além dela, outro vendedor também teve mercadorias apreendidas em ação semelhante no Centro Histórico. O episódio reacendeu o debate sobre a fiscalização do comércio informal e a necessidade de políticas mais humanizadas para ambulantes em Manaus.
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