MANAUS - O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), vê seu espaço político encolher após o fracasso nas eleições municipais de 2024, quando não conseguiu eleger seus candidatos majoritários em Manaus. A perda de influência coloca em xeque sua natural candidatura ao Senado em 2026, enquanto aliados e lobistas articulam um desfecho alternativo para sua carreira.
Na última semana, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir sua candidatura ao Senado. Pela lógica política, Alberto Neto deveria abrir espaço para Wilson Lima, já que recebeu apoio velado do governador na disputa pela prefeitura de Manaus. No entanto, o movimento indica que Lima pode estar sendo descartado do jogo majoritário, apesar de seu apoio público a Bolsonaro em 2026.
Nos bastidores, a avaliação entre lobistas e aliados é de que Wilson Lima não tem perfil para atuar como parlamentar. “Inofensivo”, “não agrega capital político” e “não assimilou a vida política” são algumas das críticas ouvidas nos corredores do poder. A estratégia que ganha força é a de mantê-lo no cargo até o fim do mandato, garantindo-lhe um acordo político que lhe assegure estabilidade e segurança financeira.
O próprio Wilson Lima já declarou que permanecer no governo até 2026 é uma possibilidade concreta, embora sem detalhar as razões. O fato é que seu isolamento dentro do próprio grupo político se intensifica, e a incapacidade de consolidar uma base de apoio torna sua permanência no Executivo uma saída honrosa.
No entanto, a grande questão permanece: Wilson Lima está preparado para as consequências de abrir mão de uma candidatura e, possivelmente, encerrar sua carreira política sem um novo mandato?
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