MANAUS (AM) — Os bastidores da política amazonense estão fervilhando. Na seara municipal, o “Cabaré da Leila”, também conhecido como Prefeitura de Manaus, já vive uma verdadeira festa da capoeira, onde até cadeirantes levam pernada. A briga de egos e a disputa pelo destaque — e pelos benefícios extraoficiais dos contratos municipais — gira em torno da “primeira-dama”, Izabelle Fontenele. Ela não é aceita de maneira alguma pelo núcleo familiar do prefeito David Almeida, devido a um passado, no mínimo, controverso. A visão tradicional de que as primeiras-damas “casam com o cargo, não com o gestor” parece manter sua força.
Na mesma linha estão os vices, Tadeu Souza e Renato Júnior, que estão rompidos. Renato tem um desejo óbvio de ascensão política, mas consegue disfarçá-lo tão bem quanto sua falta de caráter. Tadeu, por outro lado, embora mantenha boa relação com o prefeito, parece não compreender que é um político irrelevante. Ele não conta com o apoio de ninguém para uma candidatura ao governo, e o papel de coadjuvante lhe cairia bem.
Enquanto isso, o próprio prefeito, David Almeida, já trama sua ascensão ao governo do estado — sonho antigo desde que deixou a cadeira de governador tampão. O acordo com Omar Aziz previa o isolamento de Wilson Lima para as eleições de 2026. O que Omar não contava (ou talvez até contasse, considerando que David Almeida não é conhecido por cumprir acordos) era que o prefeito mudaria os planos.
David está arriscando sua proteção junto à Polícia Federal e toda a estabilidade de sua governança, construída a partir de acordos com Omar Aziz.
Já na seara governista, o governador Wilson Lima parece tranquilo, mas, na verdade, está como sempre esteve: perdido. Sem ter a menor ideia do que está acontecendo, faz política como um síndico de condomínio de classe média baixa, esperando que alguém resolva as coisas enquanto ele apenas desfruta do status de autoridade.
Enquanto seus adversários disputam posições de poder e protagonismo, Wilson Lima segue como uma gazela serelepe em campo aberto. Essa falta de interesse em fazer política já lhe custou a prefeitura da capital e a presidência da Câmara, onde sua incapacidade de formar coalizões foi disfarçada sob o argumento de “independência dos poderes”.
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