As chuvas intensas, típicas desta época, já começam a causar estragos, como acontece anualmente. Há décadas, Manaus enfrenta a mesma realidade: decretos de estado de emergência para situações que poderiam ser prevenidas. O problema atravessa gestões, crises e gerações, mas permanece sem soluções definitivas.
Os moradores atingidos não pedem compaixão oficial. Não buscam o reconhecimento da falha do poder público. O decreto de luto oficial soa vazio e demagógico, revelando uma gestão que prioriza publicidade em vez de ações concretas. Para 2025, a Prefeitura de Manaus planeja gastar R$ 155 milhões em publicidade, enquanto destina apenas R$ 1,4 milhão para a Defesa Civil.
O luto oficial pelas mortes de Jeferson Araújo Pereira e Ester Amorim não é apenas um gesto simbólico. É também uma confissão de culpa de uma gestão que negligenciou políticas preventivas. Mais uma vez, o poder público se omite diante de suas responsabilidades, tornando-se cúmplice de tragédias anunciadas.
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